Perséfone
(Prosérpina, na mitologia romana) era filha de Zeus e Deméter, a deusa
das colheitas e também da fertilidade (Júpiter e Ceres respectivamente
em Roma). Bela, a jovem Perséfone, passava os seus dias idilicamente
brincando nos campos floridos. Até que um dia , Hades (Plutão) , que
tinha a seu cargo o Reino dos Infernos, se apaixonou, ao vê-la, quando
passeava no seu carro puxado por cavalos. Num ímpeto, decide raptá-la e
assim a conduz ao subsolo, onde reinava.
Deméter incessantemente
procura a sua filha,durante nove dias e nove noites, e neste desvaire,
esquece , entregue à dor, as suas atribuições. Aos campos faltarão as
colheitas, às árvores faltarão os frutos, a terra secará.
Zeus, ao
ver o deserto em que a terra se convertia, fruto da tristeza desta
desesperada mãe, consegue que Hades aceda à vinda de Perséfone à Terra
durante meio ano. Deste modo, quando Perséfone regressa para junto da
sua mãe, Démeter mostra a sua alegria, fazendo crescer as flores e os
frutos . Porém, quando é tempo da descida da jovem ao subsolo, o
desalento da sua mãe converte-se na tristeza do Outono e do Inverno.
Este
mito renova anualmente o ciclo das estações e o imaginário grego assim
explicava a sua sucessão : à tristeza e escuridão do Outono e o Inverno
, sobrevem a alegria e a serenidade que o coração de Deméter guarda,
quando a filha retorna a casa. Para os Gregos, a Primavera começava
nesse momento.
São inúmeras as belas representações deste mito,
lembrando aqui Bernini (séc. XVII), nesta escultura exposta na Galeria
Borghese, em Roma. Também o nosso Palácio de Queluz está adornado com
este belo mito. Aceda a http://www.pnqueluz.imc-ip.pt/pt-PT/jardins/jardins_esculturas_cheere/ContentDetail.aspx?id=217 para visitar os jardins.
Fonte: De rerum natura, 08 de novembro de 2009